segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Momentos do cicloturismo III - Bike com freios ABS?

O mês = Julho. O ano = 2010; A proposta = Descer de São Paulo á Peruíbe, no litoral paulista, pela famosa BR 116 - Rodovia Régis Bittencourt.

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Era o mês do meu aniversário e eu resolvera me dar de presente uma cicloviagem de dois dias, saindo da Zona Leste de São Paulo, onde moro, chegando a Peruíbe. A aventura consistia em descer pela BR 116, cuja alcunha famosa era "Rodovia da Morte".



Naquela manhã, saí cedo de casa, mesmo com prognóstico de chuva e muitos amigos bikers que me aconselhavam a não pedalar na Rodovia da Morte.
Confesso que os comentários foram bem recebidos, mas não me demoveram de conferir se a BR 116 era tão assustadora assim.



Já estava próximo á Juquitiba quando parei num bar á beira da estrada para tomar um café puro.
Um sujeito branco, daqueles que a gente costuma apelidar de "alemão", enorme e muito forte, parou na porta do bar e ficou admirando a bicicleta.
Olhou, olhou, abaixou e ficou olhando para o freio a disco demoradamente. Enquanto isso eu assoprava o meu café quentíssimo e, o mesmo tempo, notava intrigado aquele estranho observador.
Logo ele entrou no bar e me vendo vestido á caráter rumou em minha direção.



- Freios ABS hein amigo! Disse ele, mais afirmando do que perguntando.
- Não, respondi, é um freio a disco comum.
O homem irritou-se com a minha observação, ficou vermelho e retrucou:
- É freio ABS sim! O Sr. está pensando que eu sou bobo?! Trabalhei com isso durante anos, ninguém me engana não!
Fiquei atônito olhando para aquele sujeito enorme que parecia ter algum problema mental. Olhei para o dono do bar, como se buscasse uma explicação e só então notei que o homem atrás do balção gesticulava para mim, dando a entender que o "alemão" não era bom da cabeça.
Naquele momento, mudando a minha estratégia, dei um sorriso e afirmei com a maior cara de pau:
- O Sr. está certo. Eu estava só brincando. É mesmo freio ABS. Afinal a última coisa que eu queria era me envolver numa confusão gratuita com aquele gigantão!
O "alemão" esboçou um belo sorriso e concordando com a cabeça disse:
- Ah, eu sabia! Ninguém me faz de bobo não! Trabalhei com isso durante anos!

Aproveitei o momento de paz, cumprimentei a todos e saí pedalando sorrindo levemente.
Por muitos Km fui pensando naquele episódio. Minha mente só dizia para mim mesmo: É Antigão, neste mundo de meu Deus tem doido prá tudo!

Cicloturismo é maravilhoso! A gente vê de tudo! Até paisagens bonitas, hehehe!

Veja o relato desta cicloviagem em: Peruíbe pela famosa BR 116.





3 comentários:

Tony disse...

Antigão
Acho o inusitado o melhor nas cicloviagens. Uma vez, indo para Monte Verde, dei com uma bifurcação e sem ninguém para definir qual lado seguir, fiz um par ou impar mental meti a cara e fui. Só depois de uns quilômetros de dúvidas topei com uma carroça, era um casal. Enquanto o homem me explicava que eu havia pego o lado errado da estrada, a senhora sentada ao lado dele gesticulava insistentemente negativamente... Decidi por voltar. Peguei a outra perna de estrada e segui sem entender nada...até hoje.
O caminho que ele me indicou estava correto. São as estranhezas do caminho.

Edinho Carvalho disse...

Kkkk....

Que figura!

Gilmar Mendes disse...

Essa foi por um fio!

E' mais um causo bom pra se recordar :)

[]s