sexta-feira, 3 de junho de 2016

Colchonetes e isolantes térmicos - minha experiência.

Olás, meus amigos e minhas amigas,

Boa tarde!


Não é de hoje que eu acampo em barracas e, consequentemente, durmo em colchonetes e colchões improvisados.
Lembro-me quando acampava na Ilha Santo Amaro, SP, década de 60, e pescava no Canal de Bertioga, Naquela época meu colchão (se é que podemos chamar assim) era uma esteira, feita de Taboa do brejo.


Esteira confeccionada com Taboa do Brejo





Taboa do Brejo




O travesseiro era uma sacola com as trocas de roupas que eu levava e pronto. Durante anos eu acampei assim. Normalmente a barraca era do tipo "bangalô", com todas aquelas ferragens pesadas e incômodas. Dava para levar a barraca, pois eu ia de carona com um amigo português, num belo Aero Willys!


Modelo de barraca do tipo bangalô.




Já no início da década de 80 vieram as pescas no Mato Grosso do Sul, primeiro no Rio  Miranda, região de Jardim/Bonito e posteriormente no Pantanal, nos rios Nabileque e Paraguai. Nessa época eu já usava um colchonete de pano, cheio de algodão. Não tenho imagens desse colchonete, mas era algo bem simples: Um saco retangular de pano, com as dimensões de um colchão de solteiro, cheio de algodão. Possuía algumas costuras transversais e longitudinais para que o algodão do seu interior não se acumulasse em um só local e formasse pelotas. Mesmo assim, vez ou outra, algumas pequenas pelotas eram formadas. Aí a gente ajeitava com as mãos e ficava tudo certo.

A barraca continuava o modelo bangalô e canadense e suas peculiares ferragens. Não nos incomodava o peso, pois nessa época tudo era levado de carro ou caminhonete.


Modelo de barraca tipo canadense.



Parei com as pescarias e acampamentos, e durante alguns anos foi só trabalho e sedentarismo. Em 2008, quando parti para o cicloturismo, imediatamente me veio a ideia: Por quê não cicloviajar acampando?
Comprei uma barraca bem simples, dessas sem sobreteto, com apenas duas varetas e um colchonete de pano recheado de algodão.


Modelo de barraca sem sobreteto.
Modelo de colchonete de tecido.

Esse tipo de barraca é muito bom para dias ensolarados, mas se cair um chuvão... inunda rapidamente. Se você acampa em Campings lonados, como o El Shaddai em Caraguatatuba, SP, ou o Camping do Bicão em Ilha Grande, RJ, não haverá problema, pois a lona-teto impede que a chuva chegue até a barraca.

Camping El Shaddai


Camping do Bicão.


Voltando ao item colchão, houve um tempo que eu usei um desses colchões infláveis, que podem ser enchidos com o pé. Esses colchões são confortáveis e isolam bem o contato com o solo, ou melhor, com o piso da barraca. Contudo, são volumosos e mais pesados que os colchonetes auto-infláveis atuais. 

Imagem de colchão inflável.



Cheguei a usar também uma barraca Azteq Mini Pack. Excelente barraca no que tange à resistência à coluna d'água, mas encontrei alguns problemas que me levaram a vendê-la e não recomendá-la para cicloturismo. Por quê? Bom, primeiro porque não é auto-portante. Existem vídeos de gambiarras que podem torná-la auto-portante, mas não deixa de ser uma gambiarra. Outrossim, ela não tem nada de avanço no teto. Assim, se você abre a porta da barraca em dias chuvosos ou com sereno, este imediatamente entra na barraca.


Barraca Azteq Mini Pack



Atualmente tenho uma barraca Falcon 2, da Nautika e um colchonete auto-inflável, modelo Smart da Guepardo.


Barraca Falcon2 da Nautika.




Colchonete/Isolante térmico Smart da Guepardo.





A barraca Falcon2 é mais pesada que uma Azteq Mini Pack e menos resistente à coluna d'água, não há dúvida. Porém, leva duas vantagens: É auto-portante e tem um pequeno avanço no sobreteto, de maneiras que a chuva não entra na barraca se abrirmos a sua porta. Esse pequeno avanço ainda permite que guardemos um calçado ou recipientes de pequeno porte. No caso da minha barraca Falcon2, tornei-a mais resistente à coluna d'água, dando uma demão de impermeabilizante no piso e sobreteto. Veja em Impermeabilizar barraca Falcon2.

Quanto ao colchonete auto-inflável Smart da Guepardo, á principio eu não o recomendava, pois o meu abriu com pouco tempo de uso e fui obrigado a colar a parte que abriu com cola Amazonas. Mas, pesquisando porquê ele abriu, cheguei à conclusão que colaborei indiretamente para essa abertura, uma vez que eu assoprava ar dentro dele até ficar bem cheio. Isso, somado ao meu peso na época, contribuiu para que o colchão se abrisse. Cheguei a essa conclusão pois, depois de colá-lo, nunca mais o enchi demais e ele continua sem vazamentos até a presente data. Não nego que existam produtos similares importados muito melhores, mas os preços são bastante proibitivos. O famoso Therm-a-Rest é um deles. Existem outros produtos nacionais, mas como não os usei, não posso opinar sobre eles.
Sob o colchonete Smart da Guepardo, eu uso um isolante de E.V.A. aluminizado. Como é levíssimo, não acrescenta praticamente peso algum à carga a ser transportada, mas ajuda bastante no isolamento térmico. A face aluminizada deve ficar em contato com o corpo e a outra face em contato com o piso da barraca. Assim, fico duplamente isolado da friagem proveniente do solo.




É importante guardar o colchonete sempre aberto (desenrolado) e não inflado. Como seu interior é composto de espuma de poliuretano, que se expande quando solto de sua embalagem e com o registro aberto, guardá-lo enrolado pode viciar a espuma de maneiras que, quando for aberto, não se expanda o suficiente para torná-lo confortável. O meu eu guardo debaixo da cama, assim, quando vou usá-lo está perfeito e enche bem rápido. 
Quanto ao isolante aluminizado, nunca devemos guardá-lo molhado ou mesmo úmido, pois como ele é guardado enrolado, a umidade pode mofá-lo e estragar o seu material.

Para o clima brasileiro, podemos dormir confortavelmente sem investir muito dinheiro na barraca, colchonete/isolante e saco de dormir.

Para conhecer minha opinião sobre sacos de dormir, clique AQUI.

Espero que a minha simples experiência possa ajudar os nossos leitores e leitoras nos seus propósitos de acampar, sejam em cicloviagens ou não.

Um grande cicloabraço do...






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